TDAH: o que é, diagnóstico e tratamento
O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é uma condição neuropsiquiátrica que afeta milhões de pessoas ao redor do mundo, independentemente de idade, gênero ou etnia.
Caracterizado por sintomas de desatenção, hiperatividade e impulsividade, o TDAH pode impactar significativamente a vida escolar, profissional e social dos indivíduos.
Neste blogpost, entenda o que é o TDAH, como é feito o diagnóstico e quais são as opções de tratamento disponíveis. Além disso, você se informa sobre como ajudar alguém que conhece a viver bem com a condição. Confira!
O que é o TDAH?
O TDAH é um transtorno do neurodesenvolvimento que geralmente se manifesta na infância e pode persistir na vida adulta.
Embora a causa exata do TDAH não seja completamente compreendida, acredita-se que uma combinação de fatores genéticos, biológicos e ambientais contribua para o seu desenvolvimento.
Estudos mostram que o TDAH tem um componente hereditário significativo, sendo que crianças com pais ou irmãos com o transtorno têm maior probabilidade de também apresentarem a condição.
Quais são os principais sintomas do TDAH?
Os principais sintomas do TDAH podem ser divididos em duas categorias: desatenção e hiperatividade/impulsividade. Confira sobre cada uma delas a seguir.
Desatenção
- Dificuldade em prestar atenção a detalhes ou cometer erros por descuido.
- Problemas para manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas.
- Parecer não escutar quando se fala diretamente.
- Dificuldade em seguir instruções e terminar tarefas.
- Problemas para organizar atividades e tarefas.
- Evitar ou relutar em se envolver em tarefas que exigem esforço mental prolongado.
- Perder coisas necessárias para tarefas e atividades.
- Facilmente distraído por estímulos externos.
- Esquecer-se de atividades diárias.
Hiperatividade e impulsividade
- Agitar mãos ou pés, ou se contorcer na cadeira.
- Levantar-se em situações em que se espera que permaneça sentado.
- Correr ou escalar em situações inadequadas.
- Dificuldade em brincar ou se envolver em atividades de lazer de forma calma.
- Estar excessivamente agitado com as atividades.
- Falar excessivamente.
- Responder antes de uma pergunta ser completada.
- Dificuldade em esperar a vez.
- Interromper ou se intrometer nos outros.
Como é feito o diagnóstico do TDAH?
O diagnóstico do TDAH é clínico, baseado na observação dos sintomas e na avaliação do histórico do paciente.
Não há um teste específico, como um exame de sangue ou uma imagem cerebral, que possa diagnosticar o TDAH. Em vez disso, os profissionais de saúde utilizam critérios diagnósticos estabelecidos pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), publicado pela Associação Americana de Psiquiatria.
Para que o diagnóstico seja confirmado, os sintomas devem estar presentes em pelo menos dois contextos diferentes (por exemplo, na escola e em casa) e devem interferir no funcionamento social, acadêmico ou ocupacional do indivíduo. Além disso, os sintomas devem ter se manifestado antes dos 12 anos de idade.
O processo de diagnóstico geralmente envolve entrevistas com os pais, professores e o próprio paciente, bem como questionários e escalas de avaliação do comportamento. Em alguns casos, uma avaliação neuropsicológica pode ser realizada para descartar outras condições que possam estar contribuindo para os sintomas.
Qual é o tratamento do TDAH?
O tratamento do TDAH é multimodal, já que envolve uma combinação de intervenções farmacológicas e não farmacológicas. O objetivo do tratamento é reduzir os sintomas e melhorar o funcionamento diário do indivíduo.
As intervenções farmacológicas podem ser realizadas com:
- estimulantes: medicamentos como metilfenidato e anfetaminas são frequentemente prescritos e têm eficácia comprovada no controle dos sintomas do TDAH. Eles ajudam a aumentar os níveis de dopamina e norepinefrina no cérebro, melhorando a atenção e o controle dos impulsos;
- não-estimulantes: medicamentos como atomoxetina e guanfacina são alternativas para pacientes que não respondem bem aos estimulantes ou que apresentam efeitos colaterais significativos.
Já as intervenções não farmacológicas podem ser:
- Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): ajuda os pacientes a desenvolver estratégias para gerenciar os sintomas do TDAH, melhorar a organização e o planejamento e a lidar com emoções e comportamentos impulsivos;
- treinamento parental: programas de treinamento parental fornecem aos pais ferramentas e técnicas para apoiar seus filhos com TDAH, ajudando a estabelecer rotinas, definir limites e reforçar comportamentos positivos;
- intervenções educacionais: ajustes no ambiente escolar, como a criação de um Plano Educacional Individualizado (PEI), podem ajudar a atender às necessidades específicas de crianças com TDAH, oferecendo suporte adicional e acomodações.
Como ajudar alguém a viver bem com TDAH?
Ajudar alguém a viver bem com TDAH requer compreensão, paciência e estratégias práticas que facilitem a vida diária. Apoiar essa pessoa é uma jornada contínua de aprendizado e adaptação.
Contudo, com dedicação e as estratégias certas, é possível ajudar a pessoa a alcançar seu potencial máximo e a viver uma vida plena e satisfatória. Por isso, confira algumas dicas para apoiar uma pessoa com TDAH.
Eduque-se sobre o TDAH
Conhecer o TDAH é o primeiro passo. Entender os sintomas, as dificuldades e as forças das pessoas com TDAH ajuda a criar um ambiente mais acolhedor e empático.
Ofereça suporte emocional
Mostre que você está disponível para ouvir e oferecer apoio emocional. Validar as experiências e sentimentos da pessoa pode fazer uma grande diferença.
Ajude na organização
Auxiliar na criação de rotinas e na organização de tarefas pode melhorar significativamente a gestão do tempo e a eficiência. Use listas de verificação, cronogramas e lembretes para ajudar a manter o foco.
Crie um ambiente estruturado
Ambientes estruturados e previsíveis ajudam a reduzir a distração e a ansiedade. Estabeleça horários consistentes para refeições, estudos e atividades de lazer.
Incentive o uso de ferramentas tecnológicas
Aplicativos de gerenciamento de tarefas, calendários digitais e lembretes automáticos são ferramentas úteis para ajudar a pessoa com TDAH a se manter organizada e a cumprir prazos.
Promova hábitos de vida saudáveis
Estimule uma alimentação equilibrada, exercício físico regular e sono adequado. Esses hábitos podem ajudar a melhorar o humor, a concentração e o bem-estar geral.
Ofereça reforço positivo
Reconheça e celebre as conquistas, por menores que sejam. O reforço positivo pode aumentar a autoestima e a motivação.
Apoie no tratamento
Se a pessoa está em tratamento, seja medicamentoso, seja terapêutico, ofereça suporte. Lembretes de consultas, encorajamento para seguir o plano de tratamento e participação em sessões de terapia podem ser muito úteis.
Incentive a comunicação aberta
Mantenha um diálogo aberto e honesto sobre o que está funcionando e o que pode ser ajustado. A comunicação clara ajuda a ajustar estratégias e a encontrar soluções eficazes.
Seja paciente e compreensivo
Entenda que haverá dias difíceis. Mostre paciência e compreensão, evitando julgamentos. Lembre-se de que o TDAH é uma condição com desafios reais, mas com apoio adequado, é possível viver bem e com qualidade.
O TDAH é uma condição complexa que requer uma abordagem abrangente e individualizada. Com o diagnóstico e tratamento adequados, muitos indivíduos com TDAH podem levar uma vida plena e produtiva. Se você ou alguém que você conhece apresenta sintomas de TDAH, é importante procurar a orientação de um profissional de saúde qualificado para obter uma avaliação precisa e discutir as opções de tratamento disponíveis.
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