Leucemia: tipos, diagnóstico, transplante e fatores de risco

mulher sorridente com leucemia ao lado do seu médico sorridente

A leucemia é uma condição maligna que afeta células do sangue, chamadas de leucócitos.

É uma doença com maior incidência entre os homens. Segundo a estimativa de novos casos para cada ano do triênio de 2023 a 2025, segundo o INCA — Instituto Nacional de Câncer — o Brasil terá um total de 11.540, sendo 6.250 novos casos só em homens.

O mês de fevereiro é marcado pela campanha Fevereiro Laranja, que visa a conscientização sobre a leucemia e ainda a disseminação de informações sobre a doação de medula óssea, importante em casos de alto risco da doença.

Para ajudar a disseminar informações sobre a leucemia, elaboramos este artigo com um conteúdo bem simples sobre a doença. Acompanhe e saiba mais!

O que é a leucemia?

A leucemia é um tipo de câncer que atinge os leucócitos, também conhecidos como glóbulos brancos, responsáveis pela defesa do nosso organismo.

A doença causa alterações na quantidade dessas células, pois as células com características malignas multiplicam-se rapidamente, diminuindo a quantidade das saudáveis, o que dificulta a manutenção das funções que essas estruturas desempenham no organismo.

Segundo o INCA, a leucemia ocupa a décima posição entre os cânceres mais frequentes. A maior incidência em homens e mulheres ocorre na Região Norte e Região Nordeste.

Quais são os tipos de leucemia?

A depender da velocidade de crescimento das células cancerígenas e da sua funcionalidade, a leucemia é classificada como aguda ou crônica.

A leucemia aguda é um tipo que evolui muito rápido, produzindo células que não têm maturidade e, por isso, não realiza funções.

Já a leucemia crônica tem sua evolução de uma maneira muito mais lenta, atingindo células mais maduras, que podem realizar as suas funções.

O tipo de glóbulo branco afetado também é um modo de classificar a leucemia. Existem duas linhagens de glóbulos brancos, as células linfoides e as células mieloides. A partir dessas informações, a leucemia apresenta-se em quatro tipos mais comuns. Confira, a seguir.

  • Leucemia Linfoide Crônica: atinge as células linfoides, desenvolve-se lentamente e afeta, geralmente, pessoas com mais de 55 anos, sendo rara em crianças.
  • Leucemia Mieloide Crônica: as células afetadas são as mieloides, com desenvolvimento lento, acomete adultos.
  • Leucemia Linfoide Aguda: também atinge as células linfoides, porém apresenta desenvolvimento rápido, sendo o tipo que mais acomete crianças, mas também pode ocorrer em adultos.
  • Leucemia Mieloide Aguda: também afeta as células mieloides, porém, diferentemente da crônica, sua evolução é rápida, ocorrendo em adultos e crianças, a incidência aumenta com o avanço da idade.

Quais são os sinais e sintomas?

Os sintomas estão relacionados com a grande quantidade de células doentes, em vez das células saudáveis, cuja produção é impedida pelo avanço da doença.

Logo, os sintomas vão depender de quais células estão sendo mais afetadas. Por exemplo:

  • a redução de glóbulos vermelhos (hemácias) causa anemia, provocando fadiga, cansaço, falta de ar, palpitação, dores de cabeça;
  • a redução de glóbulos brancos (leucócitos) pode ocasionar em infecções oportunistas graves e recorrentes, por baixar a imunidade, defesa do corpo;
  • a redução no número de plaquetas proporciona sangramentos espontâneos, como nas gengivas, narina, manchas vermelhas e roxas na pele.

Além dos sintomas específicos causados pela redução na quantidade das células do sangue, o indivíduo pode ainda apresentar:

  • inchaço nos gânglios linfáticos na região da axila e pescoço, principalmente;
  • febre;
  • perda de peso espontânea;
  • desconforto abdominal;
  • dores osteomusculares.

Como é feito o diagnóstico?

Muitos pacientes têm o diagnóstico da doença a partir de um exame de rotina bem comum de ser realizado, o hemograma.

Geralmente, quando é o caso de um diagnóstico positivo da doença, o exame aponta o aumento no número de leucócitos (glóbulos brancos), juntamente ou não com a diminuição das hemácias (glóbulos vermelhos) e plaquetas (células responsáveis pela coagulação do sangue).

A partir dessas alterações no hemograma, outras análises são realizadas, como exames bioquímicos e de coagulação.

Para confirmar o diagnóstico de leucemia, a fim de dar início ao tratamento o mais rápido possível, normalmente podem ser solicitadas análises por meio do mielograma, exame da medula óssea realizado por meio da retirada de uma pequena quantidade do líquido armazenado dentro do tecido esponjoso do osso. As análises realizadas são:

  • citológica: avalia a forma das células;
  • citogenética: avalia os cromossomos das células;
  • imunofenotípica: avalia o fenótipo das células;
  • molecular: avalia a presença de mutações genéticas.

Ainda pode ser necessário realizar a biopsia da medula óssea. Para esse exame, retira-se um pequeno pedaço do osso da bacia para que seja analisado.

A importância do diagnóstico precoce

Em quase todos os tipos de câncer, quanto mais cedo for realizado o diagnóstico, mais chances de o tratamento funcionar, portanto, há uma probabilidade alta de chances de cura.

Portanto, mesmo que a pessoa não tenha nenhum sinal ou sintoma sugestivo para qualquer tipo de doença, é importante levar a sério os exames de rotina. Conforme visto anteriormente, o hemograma é um dos exames de rotina que podem detectar a doença, sendo de extrema importância que seja realizado pelo menos de seis em seis meses pelas pessoas.

Como é feito o tratamento da leucemia?

O tratamento baseia-se na eliminação das células doentes para que as células saudáveis possam se estabelecer em maior número e cumprir com suas funções.

As escolhas terapêuticas geralmente variam de caso para caso, bem como para os quatro tipos da doença.

De modo geral, é realizado por etapas, sendo elas:

  • indução da remissão;
  • consolidação;
  • manutenção.

A duração também é outro aspecto do tratamento que varia conforme o tipo de leucemia. No caso das linfoides, dura mais de dois anos, já nas mieloides, menos de um ano.

Quais são os tipos de transplante de medula óssea?

Pouca gente tem conhecimento, mas a verdade é que existem dois tipos principais de transplantes de medula óssea. São eles:

  • autólogo: transplante em que é utilizada as células da medula da própria pessoa, antes que ela passe pelo tratamento quimioterápico. Depois do tratamento, é realizada a infusão das células-troncos do paciente;
  • alogênico: as células-tronco da medula vem de um doador, em que ocorre a investigação sobre a compatibilidade entre os membros da família, em caso negativo, é feita a busca por um doador desconhecido cadastrado nos bancos de medula.

Você tem entre 18 e 55 anos, é saudável, não tem doenças infecciosas e nunca passou por um tratamento de câncer? Então, você pode ser um doador de medula óssea e salvar vidas.

Ao optar por doar, você deve fazer um cadastro e aguardar para retirar uma pequena amostra de sangue. É com essa amostra que são realizados os testes de compatibilidade. Caso você seja compatível com alguém, será convidado para concretizar a doação.

Quais são os fatores de risco para leucemia?

Um fator de risco podem ser hábitos, comportamentos, características, que aumentam as chances de desenvolver uma doença.

Vários tipos de câncer têm fatores de riscos conhecidos, no caso da leucemia, de acordo com a Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), os principais fatores de risco associados à doença variam com os 4 tipos. Acompanhe.

Leucemia Mieloide Crônica (LMC)

  • expor-se a altas doses de radioatividade;
  • ter a idade avançada;
  • ser do sexo masculino.

Leucemia Mieloide Aguda (LMA)

  • ser tabagista;
  • expor-se prolongadamente a produtos químicos, principalmente benzeno;
  • ter síndromes genéticas;
  • ter síndromes mielodisplásica.

Leucemia Linfoide Crônica (LLC)

  • expor-se de forma prolongada aos pesticidas;
  • ter histórico familiar da doença em parentes de primeiro grau;
  • ser do sexo masculino.

Leucemia Linfoide Aguda (LLA)

  • expor-se à radiação;
  • expor-se a substâncias químicas, principalmente benzeno;
  • pessoa com síndrome de Down.

É possível perceber que alguns fatores podem ser controlados, como o hábito de fumar e a exposição a substâncias químicas e à radioatividade. Porém a maioria, como idade, fatores genéticos, sexo biológico e histórico familiar, não podem ser revertidos.

Disseminar informações importantes sobre a leucemia pode levar ao diagnóstico precoce da doença e, consequentemente, ao aumento nas chances de cura. Também é importante divulgar a doação de medula óssea, que, em alguns casos, acaba sendo a única chance de recuperação da doença, em casos mais graves em que infelizmente o tratamento quimioterápico não surte efeito.

Por isso, compartilhe este post em suas redes sociais e propague informação!

Deixe um comentário