Doença inflamatória intestinal (DII): doença de Chron e retocolite ulcerativa
As doenças inflamatórias intestinais causam dor abdominal e diarreia com frequência. Quando se trata de doença inflamatória intestinal (DII), duas são consideradas as principais, doença de Crohn e retocolite ulcerativa. Elas são parecidas, mas é possível diferenciá-las por conta de alguns aspectos de cada uma.
Pensando nisso, elaboramos este artigo para que você fique bem-informado sobre as duas principais doenças inflamatórias intestinais. Continue a leitura e saiba mais!
O que são doenças inflamatórias intestinais?
As DIIs são condições que inflamam o intestino e geram uma série de sintomas que prejudicam a qualidade de vida da pessoa. Não são doenças contagiosas e ainda não têm cura.
São crônicas e de causas desconhecidas, porém, há evidências de que as inflamações sejam causadas por predisposição genética em conjunto com fatores ambientais, gerando uma reação imunológica indevida no organismo.
O tratamento adequado é de extrema importância, a fim de evitar muitas complicações com a progressão da doença, como perfurações, obstruções e tumores intestinais.
Elas podem afetar pessoas em qualquer idade, porém são mais comuns de ocorrerem antes dos 30 anos.
Quem tem parentes próximos com DII apresenta de quatro a vinte vezes mais chances de desenvolver uma doença inflamatória intestinal, sendo o fator hereditário mais significativo para a doença de Crohn do que para a retocolite.
O que é a doença de Crohn?
A doença de Crohn gera uma inflamação intestinal que pode afetar qualquer parte do trato digestivo, sendo mais comum na parte terminal do intestino delgado e intestino grosso, mas pode afetar ambos individualmente.
Sintomas
Os sintomas costumam ser:
- dor e cólica abdominal;
- diarreia crônica acompanhada ou não de sangue;
- febre;
- perda de apetite;
- perda de peso.
Os sintomas podem durar dias ou semanas e às vezes melhoram sem tratamento, mas raramente desaparecem completamente após um único ataque. A doença pode voltar a aparecer em intervalos irregulares durante toda a vida e as crises podem ser leves ou graves, breves ou longas, podendo causar muita dor, febre e desidratação.
Não é conhecido o motivo pelo qual os sintomas aparecem e desaparecem, o que faz com que novas crises ocorram e, ainda, o que determina a sua gravidade. A inflamação tende a ser recorrente na mesma parte do intestino e pode aparecer em uma região próxima a um segmento afetado que foi removido cirurgicamente.
Em crianças, os principais sintomas podem ser o crescimento lento, inflamação das articulações, febre ou fraqueza e fadiga causadas pela anemia. A dor abdominal e a diarreia não são necessariamente os sintomas mais importantes e podem nunca aparecer.
Diagnóstico
Não existem exames específicos para a doença de Crohn. Geralmente, o médico solicita exames com base nos sintomas. Uma pessoa sofrendo de muita cólica e diarreia pode ser submetida a exames de sangue, fezes e colonoscopia.
Tratamento
Por ser uma doença sem cura, o tratamento visa reduzir a inflamação e promover alívio dos sintomas, que podem ser muito desconfortáveis e comprometer a vida do indivíduo em vários níveis.
Os tratamentos mais utilizados são:
- antidiarreicos
- aminossalicilatos;
- corticoides;
- imunomoduladores;
- medicamentos biológicos;
- antibióticos;
- planos alimentares adequados;
- intervenção cirúrgica.
O tratamento adequado proporciona um estilo de vida produtivo para a maioria das pessoas, porém, 10% delas ficam incapacitadas por conta da doença e suas complicações.
O que é a retocolite ulcerativa?
Também conhecida como colite ulcerativa, é uma condição que causa a inflamação do cólon, que é o intestino grosso. Essa inflamação acompanha úlceras, que são perfurações no órgão, resultando em crises de diarreia com sangue, cólicas e febre.
Assim como na doença de Crohn, a colite pode começas em qualquer idade, mas é mais comum de ocorrer antes dos 30 anos, entre 14 e 24 anos.
O início da doença geralmente é no reto, causando a proctite ulcerativa, podendo ficar somente no reto ou expandir para todo o cólon com o passar do tempo. Às vezes, uma grande parte do intestino grosso pode ser afetada de uma só vez.
Raramente a doença afeta o intestino delgado e no cólon causa feridas rasas, não afetando toda a parede do órgão.
Sintomas
Os sintomas só aparecem durante as crises, que são manifestações com alta intensidade nos sintomas, que podem incluir:
- diarreia forte;
- febre alta;
- dores abdominais;
- falta de apetite;
- perda de peso.
Quando a crise está se iniciando, a pessoa sente necessidade urgente de defecar, com leves cólicas e pode observar a presença de muco e sangue nas fezes.
A retocolite ulcerativa pode causar algumas complicações importantes, como:
- hemorragia;
- anemia, por conta da perda de sangue;
- câncer de cólon.
A colite fulminante ou colite tóxica é uma complicação grave, que causa perfuração do cólon ou infecção disseminada.
Outras complicações como artrite, eritema nodoso, que são nódulos inflamados na pele e ainda inflamação na parte branca dos olhos.
Diagnóstico
Se a pessoa for ao médico apresentando diarreia com sangue de forma recorrente, cólicas e a urgência para defecar e artrite, o profissional pode solicitar os seguintes exames para confirmar ou descartar a colite ulcerativa:
- exames de fezes;
- sigmoidoscopia;
- exames de sangue;
- exames de imagens.
Tratamento
O tratamento é semelhante ao da doença de Crohn, tendo como objetivo diminuir a inflamação, reduzindo assim os sintomas e evitando a desidratação, com reposição de líquidos.
A reposição de ferro no organismo também é uma opção de tratamento para compensar a anemia que pode surgir por conta dos sangramentos.
A dieta pobre fibras pode contribuir para quando o intestino grosso estiver inchado e os sintomas podem diminuir ao excluir laticínios, porém, caso nenhuma melhora seja observada, essa restrição não deve ser mantida. Ainda, é importante fazer a suplementação de cálcio e vitamina D.
As doenças inflamatórias intestinais não têm cura, sendo apenas possível controlar os sintomas desagradáveis que elas causam por meio do estilo de vida, dieta e medicamentos. Em alguns casos, a cirurgia pode melhorar a qualidade de vida da pessoa com DII. Felizmente, as chances de sucesso no tratamento são altas com o uso racional dos medicamentos e o acompanhamento de profissionais, como médicos, nutricionistas e psicólogos.
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